Chuvaaaaaa.....

As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudade
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir

Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir

São emoções que dão vida
à saudade que trago
Aquelas que tive contigo
e acabei por perder

Há dias que marcam a alma
e a vida da gente
e aquele em que tu me deixaste
não posso esquecer

A chuva molhava-me o rosto
Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera

Ai... meu choro de moça perdida
gritava à cidade
que o fogo do amor sob a chuva
há instantes morrera

A chuva ouviu e calou
meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade

Porque adoro este fado e ultimamente tenho-o escutado mais do que o habitual. Efectivamente não é do vulgar que nos lembramos. Aquilo que nos faz sorrir ou até mesmo sofrer isso sim nós recordamos. Porque todos os dias nos cruzamos com tantas pessoas diferentes, que deixam um bocado de si e levam um bocado de nós. Algumas marcam efectivamente a nossa vida, outras passam apenas nada mais que isso. E há dias, aqueles dias que lembramos como se fosse hoje, em que recordamos tudo e são esses que ficam gravados na nossa alma, quer por nos terem feito sofrer ou por nos terem feito sorrir.

Chuva...que a mim remete-se para tardes de domingo de ronha completa. Daquelas em que nem o pijama se tira, enrolada numa manta a comer tudo o que tenho direito, a ver filmes inspirados nos romances de Nicolas Spark, por exemplo, acompanhada de uma lagrimita ou outro, um cenário para lá de deprimente, mas às vezes sabe bem.

Esta música por vezes remete-me para isso. Daquelas músicas de eleição, para escutar 1, 2 ou as vezes que forem necessárias.

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